Wednesday, 8 October 2008

Dúvidas em 5 Actos

Acto I

A luz de uma vela

Incenso de Jasmim queimando

Estas linhas rabisquei deitada na cama

Sentimentos confusos ferviam

Amei estar contigo

Adoro ligar-me contigo

Tudo no meu corpo me impele para ti

Muito na minha mente me diz:

“V, cai fora... Ou cai de cabeça! É bom, mas tem sempre um mas...”

É desse MAS de que me quero afastar

Como uma sombra, o MAS me persegue

Quero-te sim...

Quero-te mais e com todos esses sinais proibidos

Quero-te mais que ontem

Quero-te com desejo, paixão e com a nossa alma

Quero-te sim, mas... E esse MAS...

Que fazer? Que pensar?

Vou continuar a querer-te,

De longe, no meu silêncio, nesse proibido apetecido

Até que um dia saiba se somos SIM ou NÃO.


Acto II

Tantas palavras trocamos

No meio delas subentendimentos deixamos

Sinais crescem

Dúvidas flutuam...

Incertezas são certas

Existe um querer? Sim!

Ou talvez não.

Talvez exista a ilusão do querer

A ilusão do proíbido tornar-se possível, tornar-se realidade

A ilusão de um querer de contos de fadas

Mas o querer... Esse querer é certo


Acto III

Receio tratar-te por amor, por paixão, por meu bem

Receio usar as palavras que melhor te descrevem

Que melhor me falam de ti

Palavras que são o teu ser

Tudo em mim e para ti

Direcciona-se nessas palavras e sentimentos

Sentimentos esses que me desnorteiam

Me fazem largar tudo para correr para ti

Que fazer?

Viver no meu silencio?

Será o silencio o meu melhor aliado?

Que fazer?

Só sei que me fazes muito bem


Acto IV

Não quero querer

Mas tudo em mim me impele para ti

Não quero querer

Não pelo teu eu

Pois o teu EU é lindo

E os sinais tem sido claros

Não quero esse querer proibido

Esse querer não querer

Esse querer tem um MAS

As circunstâncias de aceitar o querer têm falado

Muitas dúvidas se acordam em mim

Algumas incertezas vão-se tornando certas

Essas incertezas vou guardando

Travo lutas internas

Lutas que me fazem discar o teu número mentalmente

Número comprido, que o sei decór como o número do sapato que uso

Sou salva pelas circunstâncias

Mas, até quando?

Até quando continuarei nessa luta?


Acto V

Vou rabiscando poemas de temas outros

Vão saindo alguns versos

Uns com sentido, outros nem por isso

Sem sentido? Sim e sem rimas

Sem sentido? Não! Todos dizem o mesmo.

O mesmo? Sim o mesmo, de forma trocada e directa

Porquê? Porque sou perseguida por uma dúvida

A dúvida da certeza de te querer

Estarei apaixonada por ti?

Talvez sim... Talvez não.

Do talvez, só o amanha sabe

Viver nessa dúvida é terrível

Mas é o meu hoje.


[13.09.2008]

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