Friday 6 June 2008

∂ A longa Caminhada ∂

Eis-me cá, uma vez mais a falar e divagar sobre mim... Eu uma humilde e pobre criatura de Deus, e ser razoavelmente pensante.
Imagino, o que vossas cabeças devem estar pensando: Lá está ela outra vez com a mania da modéstia. De modésta ela nada tem.
E, eu, digo-vos: Modésta pra quê? Tenho que ser assim como ser se quiser melhorar como pessoa.
E vão fazer outra pergunta: Mas de que vai ela falar hoje?
Eu direi: De mim, de quem mais poderia falar?
Ahahhahah... Gosto dos diálogos/monólogos que vou inventando quando a inspiração baixa em mim. É engraçado criar. Ser imaginativo é algo bastante poderoso.
Desde muito cedo, que estive sempre ligada fisica e psicologicamente à ciência. Em miuda, brinquei sempre rapazes e com eles aprendi coisas de rapazes. Com eles aprendi a fazer carinhos de lata, de arame, a fazer fisgas, arma de madeira, a subir nas arvores, pontaria, etc... Aprendi, com mais idade, a mexer em aparelhos electrónicos, videos, aparelhagens, candeeiros, mecânica, etc... Decidi-me a estudar ciências, embora me sentisse bastante a vontade com as artes.
Hoje, já adulta, vejo-me impelida para as artes, com muita admiração. Descobri-me perdida durante anos no mundo da ciência. O grande impulsionador deste despoletar da arte em mim, foi o mundo virtual... O mundo dos logs [fotologs e blogs]. Devagar ela foi saindo por meus poros... Hoje escrever, poetizar a vida, tornou-se natural em mim.
Movida pela música, pela vida, pelas pessoas e pelo amor, vejo-me abraçada sobremaneira com as palavras. Vejo-me dormir e acordar em fluxos de pensamentos poéticos. Vejo-me vibrar com prosas poetizadas... Sinto correr em mim, sentimentos e sensações generosas e abençoadas. Sinto-me banhada por uma veia poética completamente desconhecida.
Amo cada um desses sentimentos e sensações... Vibro com casa palavra que de mim sai. Maravilho-me com cada reacção às palavras... Gosto desse meu lado pouco poético ou pseudo-poético, mas muito sentido e de alguma maneira valiosa.
Em momento algum me senti invadindo um espaço que não é meu, que não me pertence. Sinto é que, a cada momento, esse espaço abra mais as suas portas para que eu me liberte nele, que me expresse e faça dele o meu novo mundo.
Da ciência para as artes, é uma troca justa. Da ciência para as artes foi uma longa caminhada. Uma caminhada nada esperada, mas profundamente abençoada.

[28.05.2008]

7 comments:

Avid said...

Veiver e assim... caminhar e chegar muitas vezes onde nem sonhavamos. mas como a realidade as vezes supera o sonho ;o)
Bjs meus

Eu sei que vou te amar said...

Linda caminha ao encontro de ti, esta descoberta aliciante de ir a procura de nos!
Um beijo lento

Cadinho RoCo said...

O libertar dos sentidos pelos abstratos caminhos da criatividade é exercício por demais promissor e saiba que sempre chegamos a algum lugar que nunca é o definitivo. Desconfio até que ele nem exista mesmo.
Cadinho RoCo

Claudio said...

Em qualquer área artistica a humildade faz-nos sempre caminhar mais além, faz-nos ir ao encontro das mais subtis nuances que o orgulho sempre ofusca.
Com essa simplicidade, com esse amor e talento não existem limites para as infinitas possibilidades da criação.
Grande texto e ilações.
Um beijo do tamanho de África

Miguel e Juliana

Ricardo Silva Reis said...

Estou quase sem palavras. Belissimo blog.
Textos duma força contagiante. Vou voltar

Jácome D`Alva said...
This comment has been removed by the author.
Jácome D`Alva said...

Escrevi algo que não devia e decidi apagar. Desculpa