Thursday, 10 April 2014

Em conversa com...


Eu tenho amigos assim, que me inspiram e me elevam junto com eles… em conversa com um deles: 

João: Fiz tanta merda com elas que já não têm fé em mim. E a minha ex antes da actual ex até hoje persegue-me.
Eu: Calma! Não fizeste merda com elas. Fizeste uma merda só. Infelizmente!
João: Yes! Só que agora com esta merda de facebook. São muitas hienas que querem um pedaço, outras querem cenas sérias. Nunca sei o que fazer.
Eu: Facebook é nada! A todas tens que ser sincero.
João: Mng! OK!
Eu: O problema das pessoas é, querem cenas sérias antes de conhecer a outra pessoa. Esse é o maior problema das pessoas.
João: Exacto!

Aí eu parei e começei a pensar com o meu teclado sobre isso…

Porque as pessoas não começam por conhecer a outra pessoa? Ver se de facto é aquela pessoa que querem partilhar a sua vida?
Se aquela pessoa é merecedora de tamanha partilha? Partilha da sua intimidade, dos seus medos e fobias, problemas e desgostos?
Que princípios regem aquela pessoa? Se são os mesmos ou vão contra os meus?
Que afinidades e disparidades têm, os defeitos e as qualidades, as fobias e os medos, o que ambos têm que pode desgostar o outro, quais as prioridades de ambos, etc?
Porque não convivem primeiro, para ver se de facto conseguem conviver juntos?
Porque não se conhecem primeiro na intimidade, ver se têm química-física ou não, antes de assumir uma relação séria?

Ele é do Porto e eu do Benfica. Ele come carne e eu sou vegetariana. Eu bebo bebidas alcoólicas e ele não. Ele adora sair à 6f e sábado à noite, mas eu prefiro sair às 3f e 5f.
A prioridade dele é comprar 3 mercedes na china para bolada “vou ganhar 100 mil paus”. A minha prioridade é ter uma casa própria.
Eu não tenho curso superior, mas tenho um emprego estável. Quero estudar para ter um curso superior. Ele é licenciado em direito, mas prefere ser músico, porque aparece sempre na televisão e falam sempre dele.
Tem mais… Se eu sou honesta e a pessoa não, quererei ter uma relação séria com uma pessoa não honesta, criminosa? Correr o risco de passar a encontrar-me com ele na esquadra ou cadeia? Ou deverei mudar e adoptar-me a realidade dele?
Se decidirmos ter filhos, que tipo de valores iremos passar aos nossos filhos, os dele ou os meus?

“Ele tem muitas amigas. Ele tem que me assumir, para elas saberem quem eu sou.”
Ciúmes? Afinal os ciúmes acabam com o compromisso?
Os ciúmes fazem parte das relações, amorosas ou não. Saber gerir, não os deixar controlar a relação e o sentimento, é que é a chave.
E amigos, ele tem e ela tem.
Respeitar as amizades, a família e o espaço de cada um e de ambos, é fundamental.

“Ah! Mas ele tem mais amigas que amigos.”
E depois? Eu tenho mais amigos que amigas.

São as disparidades que se deve saber gerir, para que a relação possa existir.
Numa relação, as cedências vêem de ambas as partes. Ambos devem saber viver e conviver com essas disparidades.
O bom senso, havendo ou não concordância em alguns aspectos, deve sempre imperar. A amizade, o respeito e a confiança entre ambos, devem sempre ser preservadas.

Donde vem essa fome/gula do compromisso antes de conhecer a pessoa?
Porquê ceder à maldita pressão da sociedade? Que benefício essa maldita pressão traz?
Porque as pessoas não encaram o compromisso como um bónus, por uma boa convivência, uma boa amizade, uma boa parceria, uma boa cumplicidade e bons amantes?
Para quê correr para o compromisso, quando se pode muito bem relacionar-se de forma relaxada, mais prazeirosa e muito menos stressada? Quando nos relacionamos sem compromisso, a relação é mais saudável, os pares entregam-se mais, são mais sinceros, mais reais, mais verdadeiros.

Alguém que a anos, a distância e sem saber, me tem ensinado a viver de forma mais relaxada nessas questões emocionais/amorosas/sexuais, alguém que eu aprendi a respeitar, certa vez questionou-se desta forma, e eu transcrevo em sinal de concordância: "Porque as pessoas as vezes complicam o descomplicado?"

Por favor!!! Permitam-se ser felizes.
Relaxem! E verão que relaxar um pouco, não correr para o compromisso/namoro sério, é o primeiro passo para a paz de espírito.

O+
10/04/2014 às 17:58h

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